Em uma missão internacional na China, a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) firmou um Memorando de Entendimento (MoU) com a empresa chinesa FTXT (GWM Hydrogen), subsidiária da Great Wall Motors (GWM), para promover o uso de hidrogênio verde como fonte de energia limpa no Brasil. O acordo, assinado em Xangai em 6 de novembro e presenciado pelo governador Romeu Zema e uma comitiva de autoridades, marca um passo importante para o desenvolvimento de veículos movidos a hidrogênio no país, visando ao crescimento sustentável no setor de transportes.
Com validade inicial de 12 meses e possibilidade de renovação por cinco anos, o MoU prevê a implementação de uma infraestrutura de abastecimento para caminhões e veículos pesados movidos a hidrogênio verde. Esses veículos utilizarão uma rota experimental entre Itajubá, no Sul de Minas, e São Paulo, sendo abastecidos no Centro de Hidrogênio Verde da Unifei. A parceria inclui a transferência de tecnologia e intercâmbio de conhecimentos técnicos entre a universidade e a FTXT, com foco no desenvolvimento de uma cadeia sustentável de transporte no Brasil.
Presente na assinatura do acordo, o governador Romeu Zema destacou o compromisso do estado com a sustentabilidade e o papel da parceria para o futuro das energias renováveis. “Desde que aderimos ao Race to Zero (campanha global para zerar emissões de carbono até 2050), o setor produtivo tem caminhado junto nesse sentido. Os produtores, como os de café, já estão tendo consciência de uma produção sustentável”, afirmou. Zema ressaltou ainda que o governo incentiva projetos sustentáveis com um tratamento tributário diferenciado para energias renováveis, reforçando o desejo de Minas Gerais de se tornar referência nesse setor. “Queremos ser referência em energia renovável”, completou.
Caminhões movidos a hidrogênio, equipados com células a combustível que convertem o hidrogênio em eletricidade, poderão circular na rota experimental entre Minas Gerais e São Paulo. A Unifei fornecerá o hidrogênio necessário e colaborará em pesquisas para aprimorar a aplicação da tecnologia. Para o reitor da Unifei, Edson Bortoni, a parceria é um marco significativo, trazendo tecnologia de ponta para a universidade. “O fato de a empresa trazer não só os produtos, mas também sua tecnologia, é o grande diferencial deste acordo”, destacou Bortoni.
O MoU pode ainda trazer desdobramentos industriais importantes. Existe a perspectiva de instalação de uma fábrica de células a combustível em Minas Gerais, o que contribuiria para a criação de uma cadeia produtiva local para o hidrogênio verde, com novos empregos e maior movimentação econômica na região. Esse potencial industrial fortalece o papel da Unifei como um polo de inovação sustentável e amplia o acesso a soluções energéticas de baixo carbono.
A FTXT, subsidiária da GWM, se especializa em tecnologias de energia limpa, com foco no desenvolvimento de células de combustível de hidrogênio. Presente no Brasil desde 2022, a GWM visa expandir sua atuação na América Latina, reforçando o compromisso com a sustentabilidade ao investir em parcerias para impulsionar o uso de hidrogênio verde. O projeto é parte da estratégia da GWM de se consolidar como líder em tecnologias limpas, incluindo veículos elétricos e híbridos.
Os primeiros testes práticos da rota entre Minas Gerais e São Paulo ocorrerão nos próximos meses, oferecendo uma oportunidade para avaliar o desempenho dos caminhões movidos a hidrogênio em condições reais. Essa iniciativa pode se tornar um modelo de mobilidade sustentável no Brasil, contribuindo para a meta de redução de emissões de carbono e consolidando o país como um líder em tecnologia de hidrogênio na América Latina.
Além da parceria entre Unifei e FTXT, a missão internacional incluiu discussões com outras empresas interessadas em estabelecer operações no Brasil, expandindo a colaboração entre setores tecnológicos e produtivos e fortalecendo os laços comerciais entre Brasil e China.
A cooperação entre a Unifei e a empresa chinesa simboliza um marco na inovação energética, alinhando-se aos esforços globais para transição energética e posicionando Minas Gerais como um estado pioneiro em soluções sustentáveis.