Na avaliação do cientista político e sócio da RealTime Big Data, Bruno Soller, em entrevista à CNN, o resultado da Pesquisa CNN/RealTime Big Data divulgado nesta quarta-feira (25) indica que houve uma “pulverização completa” dos eleitores de João Doria (PSDB).

O instituto já não contou com o nome do ex-governador de São Paulo, que anunciou sua saída da corrida eleitoral ao Planalto na segunda-feira (23).

“Quando você pergunta o motivo de as pessoas estarem votando no João Doria você vê que a característica pessoal é o que mais ganha destaque. Então, era um voto muito dele. E isso acaba se espalhando quando ele sai do processo eleitoral”, explicou.

A pesquisa aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 40% das intenções de voto no primeiro turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%; e por Ciro Gomes (PDT), com 9%.

Em relação à menor rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) quando comparada a outras pesquisas eleitorais, Soller explicou que a diferença se dá pela metodologia.

“Tem uma diferença de pergunta sobre a rejeição. Essa pergunta que é feita é uma pergunta que diz o seguinte: ‘quem que você mais rejeita nesse pleito eleitoral?’”, afirmou.

Outro ponto destacado pelo cientista foi a pontuação do pré-candidato do Avante, André Janones, que ficou empatado com Simone Tebet (MDB) com 2%.

“Quando cruza quem é esse eleitor que pode ir para o André Janones é muito nítido que é um eleitor de classe mais baixa, um eleitor de classe D, que poderia votar no Lula também, mas vê no André Janones meio que um ‘justiceiro social’”, avaliou.

Expectativas

A saída de João Doria da disputa pela Presidência da República alimenta expectativas sobre o que acontece agora.

Enquanto o PSDB sinaliza que apoiará Simone Tebet, pré-candidata ao Planalto pelo MDB, cientistas políticos estudam o que acontecerá com os votos de quem declarava apoio ao ex-governador de São Paulo.

Para a XP Política, não há um único candidato que será beneficiado pela desistência do tucano — o mais provável é que os votos em Doria se pulverizem entre candidaturas rivais.

Cruzando os dados das últimas três pesquisas Ipespe, quando o nome de Doria não está na disputa, a maior fatia dos votos (38%) migra para brancos, nulos e indecisos.

O restante se redistribui de maneira pulverizada entre os adversários, com vantagem a Ciro Gomes, que herda a maior fatia dos eleitores de Doria (17%).

Em seguida, empatados, o ex-presidente Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro  ficam com 11% cada um, o que equivale a um ganho de 0,3 ponto percentual nas pesquisas, segundo a XP. Simone Tebet vem em seguida, com 9%.

A candidata Vera, do PSTU, levaria 5% dos eleitores de Doria, enquanto Felipe d’Ávila (Novo), 3%, e Eymael, do Democracia Cristã, levaria 2%. André Janones (Avante) e Luciano Bivar (União Brasil) herdariam 1% cada um.

As três últimas pesquisas Ipespe ouviram 1.000 eleitores cada uma, em todo o território nacional. Elas estão registradas no TSE sob os números BR-08011/2022, BR-020603/2022 e BR-03473/2022.

A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O índice de confiança é de 95,5% (o que significa que se a pesquisa fosse realizada 100 vezes, em 95 delas o resultado ficaria dentro da margem de erro).