Na carta enviada neste sábado (14) a Bruno Araújo, presidente nacional doPSDB, o candidato do partido à presidência da República, João Doria, disse que é uma “tentativa de golpe” a contratação de uma pesquisa para definir a candidatura única da terceira via ao Palácio do Planalto.

“Apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo”, escreve Doria no documento .

Ato imediato, o dirigente convocou para terça-feira (17) uma reunião ampliada da Executiva Nacional da sigla, com a presença das bancadas tucanas da Câmara e do Senado.  Araújo deve trabalhar para, durante o encontro, tentar obter maioria e deliberar contra a candidatura de Doria.

O levantamento que vai nortear a definição de uma chapa única do chamado centro democrático será realizado pelo Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento e deve levar em consideração tanto critérios de pesquisa quantitativa, quanto qualitativa. Os resultados serão apresentados na quarta-feira (18), segundo anunciaram os dirigentes de MDB, PSDB e Cidadania.

No comunicado de chamamento para a reunião extraordinária do PSDB, Araújo afirma que todas as negociações com os demais partidos do grupo em torno de uma candidatura única tiveram “notória anuência” de Doria e que a contratação da pesquisa foi referendada pela Executiva do partido.

“O Brasil vive um momento grave de nossa história em que o PSDB e outros partidos do centro democrático têm a obrigação de oferecer uma alternativa à sociedade brasileira”, escreve o presidente nacional do PSDB.

Na carta enviada a Araújo, Doria diz que os critérios estabelecidos, como má colocação nas pesquisas eleitorais e altos índices de rejeição, são “desculpas estapafúrdias”.

“As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como, por exemplo, a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes do pleito. Pesquisas de opinião refletem o momento e não podem servir de guia único para o voto do eleitor, muito menos podem servir para guiar os destinos do partido na eleição”, escreve Doria. O documento também é assinado por seu advogado, Arthur Rollo.

Doria diz não concordar com a realização do levantamento, afirmando que a medida “não passa de subterfúgio para abandonar as diretrizes já, soberana e democraticamente, definidas pelos filiados nas prévias do partido”.

O ex-governador de São Paulo diz ainda seguir à disposição do PSDB para a “formação de projetos com outras agremiações”, mas reafirma não abrir mão “da posição de protagonista do projeto nacional do nosso partido”. O ex-governador de São Paulo também diz considerar “tapetão” qualquer decisão diferentemente do resultado das prévias a ser tomada pela Executiva Nacional”.

Bruno Araújo e João Doria disseram que não vão se manifestar.