A “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, que será lançada em 11 de agosto, em encontro na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) acumulava 3.069 assinaturas até a tarde desta terça-feira.

Nomes de peso estão listados no documento, como o dos banqueiros Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles e Candido Bracher, co-presidentes e ex-presidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco. Endossaram também o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e o ex-presidente do banco Credit Suisse no Brasil José Olympio Pereira.

Além deles, nove ministros eméritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e mais 259 magistrados apoiaram o documento. Entre os ministros aposentados da Corte estão: Carlos Ayres Britto, Carlos Velloso, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Marco Aurélio Mello, Sepúlveda Pertence e Sydney Sanches.

O movimento é para mostrar o endosso em relação à estabilidade da democracia e à lisura do processo eleitoral, principalmente após as últimas declarações de Jair Bolsonaro (PL), que convocou embaixadores para mostrar provas infundadas sobre as urnas eletrônicas e a seriedade das eleições. A carta também enfatiza que a ditadura ficou no passado.

“Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, diz um trecho da carta.

“Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”, continua.

O documento foi criado pelos ex-alunos da USP, com a intenção de fazer uma homenagem, mas se tornou uma respostas aos constantes ataques do presidente às instituições democráticas e à democracia.


Paola Tito