A pesquisa do instituto mineiro Quaest é a primeira a detectar as mudanças no cenário estadual, especialmente após a entrada do senador Carlos Viana (PL), como candidato de Bolsonaro. Claro, reflete também declarações e fatos envolvendo o processo eleitoral, enfim, o movimento eleitoral.

Nesse intervalo é importante acompanhar as alterações do quadro. E a principal delas até o momento é o crescimento de Kalil, que saiu de 27% para 30% (margem de erro de 2,5 pontos percentuais), enquanto Zema mantém-se estável na liderança com 41%. Não caiu, mas também não cresceu.

E outra mudança registrada foi o crescimento do senador Carlos Viana (PL), que saiu de 6% para 9%. São pequenas alterações, mas no somatório geral permite ver no horizonte a possibilidade de uma segunda disputa, um segundo turno entre os dois primeiros colocados, no caso, até o momento, entre Zema e Kalil.

Outros dados vão dando mais sinais que favorecem esse possível cenário. Kalil conquistou essa posição, apesar de ainda ser muito desconhecido no interior mineiro; mais de 30% não sabem dele. Ou seja, tem espaço para crescer à medida que aparecer mais no interior, onde é maior esse grau de desconhecimento. Onde é bem conhecido, por exemplo, em BH e Grande BH, ele vence Zema.

Associação a presidenciável

E mais, quando seu nome é associado a Lula, Kalil salta para o primeiro lugar, de 27% para 43%; Já Zema, quando é associado ao seu candidato oficial, do partido Novo, Felipe Dávila, cai de 41 para 22%; e Carlos Viana, quando associado a Bolsonaro, vai de 9% para 16%, quase empatando com Zema.

A favor do governador, tem o fato de ser bem avaliado, tanto no interior quanto na capital. Ele tem praticamente a mesma avaliação como candidato, de 42% de positivo.

É o que o mantém na liderança. Ele precisa segurar essa avaliação, que é o seu principal trunfo e patrimônio, durante a campanha, nos debates, nos ataques e contra-ataques, réplicas e tréplicas. É bom apertar o cinto; turbulências vêm aí.

A Genial/Quaest ouviu 1.480 eleitores entre 7 e 10 de maio, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral e protocolada sob os números MG-00132/2022.

Viana sobe sozinho no telhado

O pré-candidato a governador do PL, senador Carlos Viana, admitiu que pode deixar a disputa se o presidente Bolsonaro quiser para não afetar o pré-candidato Romeu Zema (Novo). Viana admitiu que não é candidato a governador de Minas, mas apenas candidato de Bolsonaro, do mesmo partido.

“Se o presidente entender, lá na frente, que o caminho é unificar a direita em uma candidatura só, e, pelos números, que o atual governador é o caminho, claro, não vou em momento algum ser contrário a uma decisão partidária”, pontuou Carlos Viana em entrevista à Folha de SP.