O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), oficializou nesta quarta-feira que não disputará o comando da Casa, confirmando o apoio dele e do partido à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB). A desistência já era antecipada há semanas nos bastidores pelo União Brasil.

Elmar anunciou sua decisão em reunião com deputados da legenda, na qual também participaram o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e o próprio Motta. Com esse apoio, o bloco liderado por Motta alcança 488 deputados, bem acima dos 257 votos necessários para garantir a eleição em primeiro turno.

“Ao observar a construção de uma eleição convergente, unindo toda a Casa, o melhor que podemos fazer é contribuir com sugestões para aprimorar o Legislativo”, declarou Elmar.

Desde o fim de outubro, o União Brasil já havia decidido compor com Motta, evitando assim ficar excluído dos espaços de influência na Câmara. O anúncio oficial foi adiado devido a negociações sobre os cargos que o partido ocupará no próximo ano.

Elmar confirmou que o União Brasil ficará com a relatoria do orçamento no próximo ano e a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 2026. Em 2025, o comando da CCJ ficará com o MDB, que disputava a relatoria com o União Brasil. O partido de Elmar também garantiu a segunda secretaria da Mesa Diretora da Câmara.

Motta, candidato apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, conta com o apoio de vários partidos, incluindo PL, PT-PCdoB-PV, PP, PSD, Republicanos, MDB, PDT, PSDB-Cidadania, PSB, Podemos, Solidariedade, PRD e Rede, restando apenas PSOL e Novo fora da aliança.

Mais cedo nesta quarta-feira, o líder do PSD, Antônio Brito, também retirou sua candidatura e declarou apoio de seu partido a Motta. Esse cenário de ampla adesão a Motta impulsionou o União Brasil a convencer Elmar a desistir, garantindo assim espaços na Câmara em negociações com Lira e Motta.

 

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