O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) minimizou as investigações da Polícia Federal (PF) que revelaram um plano de golpe de Estado e assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em 2022. Segundo o parlamentar, “pensar em matar alguém não é crime”, e ele questionou a fundamentação legal das prisões realizadas nesta terça-feira (19).
Flávio afirmou que, conforme divulgado pela imprensa, “um grupo de cinco pessoas teria um plano para matar autoridades e criar um ‘gabinete de crise’ para dar ordens ao Brasil”. Contudo, as informações fazem parte de um relatório oficial da PF enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele ressaltou que, para configurar tentativa de assassinato, seria necessário que a execução fosse interrompida por fatores alheios à vontade dos suspeitos, o que, segundo ele, não ocorreu.
Na manhã desta terça-feira, a PF deflagrou uma operação que resultou na prisão de cinco pessoas, incluindo quatro militares do Exército, acusadas de planejar um golpe para impedir a posse de Lula e anular ações do Poder Judiciário. O plano também incluía o assassinato de Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à época. A operação desarticulou a organização criminosa e recolheu documentos e evidências que detalhavam os preparativos.
Flávio Bolsonaro também criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou as prisões e buscas. Ele afirmou que a medida não estaria amparada na legislação vigente e defendeu a criação de um arcabouço jurídico para tratar de crimes dessa natureza. “Sou autor do projeto de lei 2109/2023, que criminaliza atos preparatórios de crimes que impliquem lesão ou morte de três ou mais pessoas, pois hoje isso simplesmente não é crime”, escreveu o senador nas redes sociais.
A declaração gerou reações diversas, especialmente por sua tentativa de relativizar as ações e a gravidade das suspeitas investigadas pela PF.
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado