Antônio Brito, líder do PSD, retirou sua candidatura à presidência da Câmara e anunciou que o partido apoiará Hugo Motta (Republicanos-PB). Com o apoio do PSD, Motta, que já conta com o respaldo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), agora possui um bloco partidário de 429 deputados, superando amplamente os 257 votos necessários para vencer no primeiro turno.
A decisão de Brito ocorreu após uma reunião com a bancada do PSD, que contou com a presença de Gilberto Kassab, presidente do partido. Brito explicou que a retirada da candidatura ocorreu em prol de maior proporcionalidade na representação partidária na Câmara. Motta já assegurou apoio de diversos partidos, incluindo PL, PT-PCdoB-PV, PP, Republicanos, MDB, PDT, PSDB-Cidadania, PSB, Podemos, Solidariedade, PRD e Rede, restando apenas PSOL e Novo fora de sua aliança.
Brito revelou que o PSD espera manter a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO) em 2026 e conservar espaços conquistados na gestão atual, como a corregedoria da Câmara e a terceira secretaria da Mesa Diretora. Ele também informou que comandará o bloco formado por MDB, PSD, Republicanos e Podemos até a eleição da Câmara em 3 de fevereiro.
Durante a reunião, Kassab elogiou a liderança de Brito e reforçou o compromisso do partido em direcionar esforços para o futuro. Motta, agora candidato favorito, enfrenta o desafio de mediar conflitos internos devido à ampla aliança, com o PT buscando assegurar uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), o que já gerou atritos na oposição.
Odair Cunha (MG), líder do PT na Câmara, enfatizou a importância de respeitar o peso da bancada petista e sinalizou a intenção de reivindicar a vaga no TCU. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), também pleiteia a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), enquanto o governo analisa reestruturações ministeriais para acomodar demandas do partido. O cenário indica que o União Brasil deve recuar da disputa direta contra Motta, mas segue negociando influências sobre a CCJ e a relatoria do Orçamento, que pode ser destinada ao MDB.
Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados