O Museu Mineiro completou 40 anos de existência no dia 10 de maio. Para celebrar a data, durante todo o mês de maio, o Museu realizará uma série de eventos que incluirão exposições temporárias, uma Roda de Conversa sobre a relação entre o Museu e a Cidade, uma oficina e uma sessão de cinema ao ar livre.

Exposição Temporária ‘Quando’

A mostra apresenta obras produzidas pelo Coletivo “Quando”, composto por artistas e mulheres cis e transgênero que transitam pelo abrigo Maria Maria, casa de acolhimento à população de rua em sistema de moradia temporária subsidiada pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Os trabalhos da exposição são frutos de laboratórios de arte realizados pelo coletivo desde 2018 e incluem diário de bordo, derivas pela cidade, arte têxtil, práticas de colagem, desenho, pintura, vídeo, dentre outras ações multidisciplinares que servem como suportes para o compartilhamento de memórias, narrativas, sonhos etc.

Exposição Temporária Vicente Fernandez

A mostra, que conta com quadros em exposição na Sala das Sessões e um grande painel na área externa do Museu Mineiro de autoria do artista Vicente Fernandez, é a soma entre o barroco e a fé dos mineiros, a partir de reproduções fotográficas de alguns ícones religiosos, totalmente confeccionados em jeans. O trabalho é montado utilizando apenas o tecido retirado de peças em jeans descartadas, tesoura e cola. Um “upcycling” que, ordenado pela colagem dos tecidos, cria uma ilusão de ótica de efeito tridimensional.

Visita Guiada: 40 anos do Museu Mineiro

No dia 14, das 11h às 12h, será realizada uma visita temática sobre os 40 anos do Museu Mineiro. O objetivo da visita é que os expectadores conheçam a riqueza arquitetônica e cultural do Museu que foi criado em 1982. A atividade, que será conduzida por Álisson Valentim, coordenador do Museu Mineiro, terá ênfase na história da instituição. A atividade é aberta a qualquer pessoa que tenha curiosidade em conhecer a história do Museu.

Além de contar a trajetória da instituição, a visita será uma viagem pelo acervo do Museu Mineiro, que é formado por objetos que documentam períodos distintos da cultura mineira. Dentre eles, ressaltam-se peças de arte sacra, mobiliário, pinturas, esculturas, utensílios domésticos, instrumentos de trabalho etc. É necessário realizar inscrição prévia para participar da visita. Serão disponibilizadas 25 vagas.

Oficina: Acondicionamento e Embalagem de Acervo

No dia 18, o Museu Mineiro realizará a oficina Acondicionamento e Embalagem de Acervo. A oficina será ministrada por Bianca Monticelli, gerente do Laboratório de Conservação e Restauro “Jair Afonso Inácio” – LABCOR/ FAOP (Fundação de Arte de Ouro Preto). É necessário realizar inscrição prévia. Serão disponibilizadas 10 vagas e o evento será realizado no ateliê de restauração e conservação da Diretoria de Museus.

A oficina propõe um olhar sobre as diretrizes para a confecção de embalagens e acondicionamentos de diversos tipos de acervo, buscando dar subsídios aos profissionais da área. O propósito do acondicionamento é o de guardar, proteger e facilitar o manuseio do

material que compõe um acervo ou uma reserva técnica. Pelo fato de cada instituição possuir uma política de tratamento, além de objetos de materiais, tamanhos e dimensões díspares que devem ser preservados, não há uma receita para o acondicionamento perfeito, cada caso deve ser analisado isoladamente, para se alcançar o objetivo de proteger o material.

Bianca Monticelli

Possui formação no Curso Técnico em Conservação e Restauração de Bens Culturais – Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) – 2007 e em Artes Plásticas, com Licenciatura em Educação Artística – Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) – 2003. Tem experiência em trabalhos de Conservação e Restauro de telas, fotografias, livros, gravuras e esculturas.

Foi professora de Conservação e Restauro de Papel do Curso Técnico de Conservação e Restauro da FAOP. Atualmente coordena o Laboratório de Conservação e Restauro “Jair Afonso Inácio” – LABCOR/FAOP, vinculado à Assessoria Técnica de Promoção e Extensão /FAOP, atuando nas áreas de conservação e restauração de Escultura Policromada, Pintura de Cavalete e Papel, elaboração de orçamentos e projetos e coordenação.

Slam Clube da Luta e o Grupo Identidade

No dia 19, das 18h30 às 21h, o Museu Mineiro receberá o Slam Clube da Luta e o Grupo Identidade. O Slam, também conhecido como Poetry Slam, foi criado nos EUA na década de 1980 e chegou ao Brasil em 2009, em São Paulo. O Slam Clube da Luta, o primeiro de Minas Gerais, é uma competição de poesia falada em que qualquer pessoa pode competir, desde que tenha pelo menos três poemas autorais de até três minutos recitados, cada.

A performance de cada poeta é julgada por cinco jurados, escolhidos no momento da competição, que dão notas de 0,0 a 10,0. Sem usar figurino, elemento de cena ou acompanhamento musical, os poetas se revezam no microfone em três rodadas, quando se descobre quem vence. Desde 2014, o Slam Clube da Luta já teve dois representantes que foram a Paris, na França, disputar a Copa do Mundo da Poesia representando o Brasil.

Além disso, é responsável pelo Slam MG, que seleciona representantes, todos os anos, para o Slam BR, a etapa nacional. O Slam Clube da Luta acontece no Teatro Espanca, sempre na última quinta feira de cada mês.

O Grupo Identidade faz apresentações de dança que mistura o estilo urbano com elementos contemporâneos, do jazz ao funk, o que dá um caráter inédito às coreografias. O coletivo surgiu em 2012, por meio de oficinas do Programa Fica Vivo, e ganhou o público da comunidade, tornando-se referência na cultura urbana de Belo Horizonte. Atualmente, a formação reúne talentos das sete vilas que compõem o Aglomerado da Serra.

O que era atividade extracurricular virou chance de profissionalização na arte e oportunidade de fomentar as culturas das favelas, apresentar outras perspectivas e olhares para as periferias e pautar questões ligadas à identidade e às variadas desigualdades sociais, raciais e de gênero, entre outras. O Grupo Identidade tem longo currículo de participações em apresentações, espetáculos, mostras, palestras, festivais e concursos de dança na cena belo-horizontina.

Cine-Paredão

No dia 26, das 19h às 20h30, será realizado o Cine-Paredão com a exibição do filme “Arábia” no paredão da Ágora do Museu Mineiro, ao ar livre. A obra conta a história do jovem André, que ao encontrar o diário de um trabalhador, numa vila operária em Ouro Preto, entra em contato com a comovente trajetória de vida de Cristiano, em meio às mudanças sociais e políticas do Brasil dos últimos dez anos.

Eleito o melhor filme no Festival de Brasília 2017; melhor filme lançado em 2018 segundo a Abracine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), Jornal Folha de São Paulo e Festival SESC Melhores Filmes. A obra conta com direção e roteiro de Affonso Uchôa e João Dumans. No elenco, Aristides de Sousa, Murilo Caliari, Glaucia Vandeveld, Renato Novaes, Adriano Araújo, Renan Rovida, Wederson Neguinho e Renata Cabral.

Roda de Conversa

No dia 28, o Museu Mineiro realizará a Roda de Conversa “O Museu e a Cidade” com as participações de Maíra Onofri e Livia Morais e mediação de Álisson Valentim. O Museu, a memória social e o patrimônio cultural são elementos estruturantes de relações sociais. A Cidade é um espaço coletivo, gerador e influenciador de interações e conflitos. A Cidade revela e produz diferentes tempos, espaços, modelos relacionais, projetos sociais e narrativas.

Os Museus pretendem pensar, representar e intervir nas Cidades, respeitando a esfera pública, as subjetividades e as diferenças culturais. Cidades e Museus são cenários e palcos da contemporaneidade. Cidade e Museu estimulam ações contínuas. A Roda de Conversa tratará sobre a constituição do Museu como objeto de disputas simbólicas dentro da Cidade.

O evento é destinado a museólogos, historiadores, profissionais das áreas de arquitetura, turismo, artes visuais e design, além de estudantes e pesquisadores de diversas áreas de conhecimento, mas a atividade é aberta a qualquer pessoa que tenha interesse no tema.

Livia Morais

Arquiteta e Urbanista e Mestre em Geografia (UFMG/2019). Há dez anos atua na área do patrimônio cultural, desenvolvendo pesquisas e consultoria técnica para a administração pública, incluindo a execução de laudos técnicos, inventários de proteção do acervo cultural, normatização de núcleos históricos, processos de tombamento e de registro.

Foi servidora do IEPHA/ MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) de maio de 2019 a dezembro de 2021, sendo responsável pela articulação e orientação de municípios mineiros quanto à proteção de seu patrimônio cultural material. Atualmente, se dedica à formação e capacitação na área, ministrando cursos voltados sobretudo para técnicos lotados nos setores municipais de proteção do patrimônio cultural.

Maíra Onofri

Arquiteta e Urbanista e Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Estuda tecnologias digitais aplicadas ao patrimônio cultural com ênfase na participação social. Atualmente, é servidora do IEPHA e aluna do curso de Especialização em Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas na Escola de Belas Artes /UFMG.

Compartilha conteúdos sobre cidades, patrimônio e cultura em suas redes sociais com foco na tecnologia digital. Tem um podcast no Spotify intitulado “Mairacast” em que convida especialistas para debater, discutir e refletir sobre a temática do patrimônio cultural aplicado às cidades brasileiras.

Álisson Valentim

Coordenador do Museu Mineiro. Arquiteto e Urbanista e Mestre em Design pela UEMG. Doutorando em Museologia e Patrimônio pela Unirio.

Museu Mineiro

Localizado na Avenida João Pinheiro, corredor de acesso à Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, o Museu Mineiro está instalado em um edifício eclético construído em fins do século XIX pela Comissão Construtora da Nova Capital. Tendo sido construída para servir de residência para o Secretário da Agricultura, a edificação serviu de sede para o Senado Mineiro, foi a Pagadoria Geral do Estado até se tornar a sede do Museu Mineiro.

Inaugurado em 1982, o Museu Mineiro reúne em seu acervo um conjunto bastante diversificado de objetos referentes à história e à produção cultural e artística mineiras. Nas salas de exposição são exibidas obras de artistas consagrados, tais como: Manoel da Costa Ataíde, Yara Tupynambá, Amílcar de Castro, Jeanne Milde, Inimá de Paula, Lótus Lobo, Celso Renato, Sara Ávila, Guignard, Maria Helena Andrés, Di Cavalcanti etc.

Atualmente, o Museu exibe a exposição de longa duração “Minas das Artes, Histórias Gerais”, onde o visitante tem a oportunidade de conhecer uma vasta coleção de arte sacra, datada dos séculos XVIII e XIX, além de preciosidades do acervo, como a bandeira da Inconfidência Mineira, os manuscritos originais da obra “Tutaméia” de Guimarães Rosa, o retrato de Aleijadinho e a coleção de santos de devoção popular.

O Museu Mineiro é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo.

Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.


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