A Polícia Federal deve entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana seu relatório completo sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro e os atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. Mesmo com a abertura de um novo inquérito sobre o atentado ocorrido em 13 de novembro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a PF mantém o cronograma original de conclusão do relatório. O atentado, que resultou na morte do autor, Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina – o estado mais alinhado ao bolsonarismo –, não afetou o andamento do inquérito principal.

Na quinta-feira, 14, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, confirmou que a investigação está em sua fase final, com previsão de encaminhamento ao Procurador-Geral da República. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso do golpe e das explosões, acompanha os dois processos devido à possível conexão entre terrorismo e tentativa de subverter o Estado Democrático de Direito.

O STF ressalta que, embora os inquéritos sobre o golpe e o atentado sejam “autônomos”, ambos investigam possíveis articulações para atos antidemocráticos. Moraes enfrentou pressões para finalizar a investigação do golpe, que envolve Bolsonaro e altos assessores, incluindo militares. O ministro concedeu mais tempo à PF para aprofundar as análises.

Para fortalecer as investigações, a PF adquiriu uma ferramenta avançada de origem israelense, o equipamento Celebrite, que possibilita recuperar imagens apagadas de dispositivos móveis. Esse recurso foi empregado na análise do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A perícia revelou novos nomes e evidências sobre o planejamento do golpe, que culminou na invasão das sedes dos Três Poderes poucos dias após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de seu envolvimento no caso do golpe, Cid também é figura central nas investigações sobre as joias da Arábia Saudita e os atestados de vacinação falsificados da Covid-19, com Bolsonaro sendo o principal foco em todas essas apurações.

Foto: Polícia Militar DF


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