Por Marco Aurélio Carone

Em um esforço para evitar sua relevância política se esvair, o PSDB tenta desesperadamente formar uma federação com outras legendas. Nesta quarta-feira (11), cúpulas do partido e do Podemos se reuniram em Brasília para discutir possíveis alianças. A fragilidade do PSDB se acentuou após o desgaste causado pelo envolvimento de Aécio Neves em esquemas de corrupção. Apesar de ter sido absolvido, a absolvição é vista com ceticismo pela sociedade, que atribui o resultado a sua influência política herdada do avô, Tancredo Neves, e ao pesado aparato financeiro que o sustenta.

Na reunião, participaram Renata Abreu, presidente do Podemos, e os tucanos Paulo Abi-Ackel, secretário-geral do PSDB, além de Aécio Neves e Beto Richa. O encontro aconteceu no gabinete de Aécio, que reforçou a necessidade de alianças para enfrentar o desgaste crescente. “Recebi a deputada Renata Abreu para avaliarmos o quadro político-partidário do país”, declarou ele, enquanto bastidores apontam que o encontro teve tons de urgência.

A busca do PSDB por alianças vai além do Podemos. O partido também estuda federações com o Solidariedade e o PDT, num movimento que visa conter seu declínio diante do avanço de outras forças políticas e da perda de credibilidade. A crise se intensificou devido à rejeição popular, alimentada por suspeitas de que a influência histórica de Tancredo Neves ainda proteja Aécio de punições efetivas.

Para o PSDB, a federação não é apenas uma estratégia eleitoral; é uma medida de sobrevivência. A legenda tenta escapar do risco de desaparecer em meio às sombras de seu passado e ao enfraquecimento de sua base, enquanto o cenário para 2026 se torna cada vez mais desafiador. A busca por alianças reflete não apenas ambição política, mas um grito de desespero.

Foto: Divulgação PSDB