O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (12) em Brasília. Durante aproximadamente 1h30, ele respondeu a todas as perguntas feitas pelos investigadores. Valdemar é investigado por supostamente disseminar dúvidas infundadas sobre o sistema eleitoral brasileiro, estando entre os indiciados no inquérito do golpe. Sua defesa não comentou o teor do depoimento.

O caso remonta a 2022, quando o PL foi multado em R$ 22,9 milhões pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por tentar anular parte dos votos do segundo turno das eleições presidenciais. Os ministros concluíram que a ação foi realizada com “má-fé”, comprometendo a credibilidade das urnas eletrônicas.

Além de Valdemar, a PF ouviu o juiz Sandro Nunes Vieira, da 1ª Vara Federal de Paranaguá, afastado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele é suspeito de colaborar com o PL para desacreditar as urnas eletrônicas e prestou depoimento por videoconferência. Segundo relatório da PF, Vieira teria assessorado clandestinamente o partido em representações contra o sistema eleitoral.

Outro depoente foi o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro. Durante 30 minutos, Câmara respondeu a questionamentos sobre Sandro Vieira e o Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL para criticar o sistema eleitoral. O advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, afirmou que seu cliente foi ouvido mais como testemunha do que como investigado.

As investigações ganharam novos desdobramentos em novembro, quando a PF indiciou Bolsonaro, Valdemar e mais 34 pessoas. Nesta semana, outros três nomes foram implicados no caso: o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo e o tenente Aparecido Andrade Portela. As investigações seguem em curso, ampliando as suspeitas sobre um plano para desacreditar o sistema eleitoral.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 


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