A variante BA.5, da mesma linhagem da Ômicron, “tem mostrado capacidade de escapar ainda mais da proteção fornecida pela vacina contra a Covid-19”, segundo o imunologista e pesquisador da USP, Gustavo Cabral de Miranda.

Em entrevista , ele lamentou que o Brasil “perdeu a chance de zerar o número de mortes” por causa da doença.

“Quando baixamos a taxa para 100 mortes diárias e tínhamos o número de vacinados aumentando, era para termos baixado, como aconteceu na China.”

Para isso, ele destaca que seria necessário manter as restrições, como uso de máscara e distanciamento social, por mais tempo.

“Estamos parados com a vacinação da dose de reforço, já faz semanas que o número não passa de 53%, levando em consideração grupos acima de 12 anos. No total estamos na casa de 45% há semanas, esse é o grande problema.”

O imunologista lembra que “quanto mais favorecermos a circulação do vírus, mais damos possibilidade para variantes surgirem.”
Ao mesmo tempo, Gustavo Cabral comemorou a decisão da Anvisa de liberar o uso da Coronavac em crianças de 3 a 5 anos de idade.

“Além de mortes, a Covid pode deixar danos para muitas pessoas, não tem como fugir que a melhor arma que existe é a vacina, e as crianças abaixo de 5 anos são o único grupo desprotegido, é muito importante levar essa vacinação.”

De acordo com o pesquisador, a tendência é de que a vacinação para bebês acima de 6 meses, como acontece nos Estados Unidos, também ocorra no Brasil, uma vez que a Anvisa aprove a aplicação.

O Brasil, a União Europeia e outros seis países que compartilham as águas do Oceano Atlântico assinaram nesta quarta-feira (13), em Washington (EUA), a Declaração de Todo o Atlântico, do inglês All Atlantic Declaration.

 

 

 

 

 

 

 


Paola Tito