Naim Qassem, novo líder do Hezbollah, declarou nesta quarta-feira (30) que o grupo está apto a prosseguir nos combates contra o Exército de Israel, apesar das perdas sofridas. Qassem também sinalizou que o Hezbollah aceitaria um cessar-fogo, desde que certas “condições” sejam atendidas.

Israel, em guerra aberta contra o Hezbollah desde setembro, intensificou nesta quarta-feira seus bombardeios sobre redutos do grupo no Líbano, incluindo Baalbek, o que resultou em uma fuga em massa de moradores. Em Sohmor, outro ataque matou 11 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, enquanto em Nabatieh, uma ofensiva israelense tirou a vida de Mustafa Ahmad Shahadi, segundo maior comandante da força de elite do Hezbollah.

Em seu primeiro discurso após assumir a liderança, Qassem afirmou que o Hezbollah manterá o “plano de guerra” de seu antecessor, destacando que o grupo está se recuperando das perdas infligidas por Israel. Ele indicou, no entanto, que um cessar-fogo seria considerado, embora nenhum acordo concreto esteja em discussão.

Funcionários americanos de alto escalão, incluindo o enviado especial Amos Hochstein, estão em Israel para tentar intermediar acordos que ponham fim aos conflitos no Líbano e em Gaza. O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, mencionou que Hochstein acredita na possibilidade de uma trégua antes das eleições americanas, marcada para 5 de novembro, e está “cautelosamente otimista” quanto à sua implementação.

Israel exige que o Hezbollah se retire do sul do Líbano e que o Exército Libanês assuma a segurança na região, sob monitoramento internacional. Desde o final de setembro, Israel tem intensificado sua ofensiva no Líbano, buscando neutralizar o Hezbollah e permitir o retorno de 60.000 civis israelenses deslocados pelos ataques do grupo libanês ao longo da fronteira.

Em Gaza, Israel segue com bombardeios enquanto mediadores, incluindo Catar e Egito, trabalham para alcançar uma trégua temporária. Essa proposta de cessar-fogo prevê uma troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e o aumento da ajuda humanitária para Gaza, onde a situação é crítica. A ONU informou que cerca de 80% da população em Gaza está sem assistência alimentar devido à escassez de suprimentos.


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