A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou no sábado (19) ter identificado 91 mortos entre as vítimas das chuvas em Petrópolis, na região serrana.

As buscas continuam neste sábado. O número total de mortos, de acordo com a Defesa Civil do estado, é 138 —sendo 84 do sexo feminino e 52 do sexo masculino. Do total, 27 eram menores. Segundo a Prefeitura de Petrópolis, 72 vítimas da chuva foram sepultadas no Cemitério do Centro.

A quantidade de desaparecidos, até o momento, é de 213. Muitas famílias ainda procuram por parentes, incluindo os desaparecidos em dois ônibus carregados por uma enxurrada. Mesmo sem ajuda dos bombeiros, os familiares de um rapaz de 17 anos estão percorrendo as margens do rio no sábado (19).

Um documento interno do Corpo de Bombeiros da última quinta (17), obtido pelo UOL, aponta a falta de materiais básicos para a atuação dos militares fluminenses no resgate de vítimas da tragédia em Petrópolis, na região serrana do Rio. As pessoas que precisaram sair de suas casas por conta dos deslizamentos e não podem ser acolhidas por familiares estão sendo orientadas a se instalarem em pontos de apoio, como as escolas da cidade.

A reconstrução

Sexta (18) o governo estadual autorizou gastos de R$ 150 milhões para obras emergenciais em cinco áreas prioritárias em Petrópolis, como a Rua 24 de Maio, Rodovia Washington Luiz, Praça Conde D’eu e na Rua Teresa, conhecida pelo comérdio. Ainda haverá trabalhos no Túnel Extravasor do Palatinado, que teve sua galeria rompida, interditando parcialmente algumas vias.

“Precisamos reconstruir a cidade, mas, principalmente, evitar que mais tragédias aconteçam”, afirmou o governador Cláudio Castro (PL). “Já identificamos pontos críticos, com grandes riscos de novos desastres e precisamos acelerar.”

Questionado sobre a tragédia na região se repetir após desastre em 2011, o governo afirma ter investido “cerca de R$ 2,3 bilhões na recuperação da região serrana desde a maior tragédia climática, em 2011”. “Além do socorro imediato para a limpeza, principalmente de Nova Friburgo e Teresópolis, foram investidos recursos na construção de unidades habitacionais, limpeza de rios, drenagem e contenção de encostas e sistema de sirenes, para alertar os moradores de áreas de risco em situação de chuvas fortes”.

Estudo já havia identificado áreas de risco Reportagem do UOL mostrou que a Prefeitura de Petrópolis tem em mãos, desde maio de 2017, um estudo que identificou 15.240 moradias com risco alto ou muito alto de destruição por consequência de chuvas no 1º Distrito, o mais afetado.

Na terça-feira (15), a cidade foi atingida por um volume excepcional de chuva. Em três horas, choveu mais do que o previsto para todo o mês de fevereiro. Segundo a Defesa Civil, foi o pior temporal registrado desde 1932. Mesmo com terreno propício a deslizamentos na região, levantamento do UOL mostrou que a prefeitura reservou, no ano passado, mais recursos para gastar com luzes de Natal e publicidade do que com contenção de encostas.

A reportagem identificou no Portal da Transparência que foram empenhados, mas não necessariamente investidos, em 2021, R$ 2.107 milhões em obras de prevenção de queda de barreiras. Somados, os recursos propaganda (R$ 4.426 milhões) e a iluminação de fim de ano (R$ 1.105 milhões) foram, por sua vez, de R$ 5.531 milhões —mais que o dobro.

Fonte: Uol


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